13.7.06

Acendendo uma vela


"Mais vale acender uma vela do que amaldiçoar a escuridão!"

Esta é uma frase que aprendi com um grande amigo: Alexandre (que eu chamo de "Mestre").

E por que esta frase?? Já me explico, apaciente-se!!

Estava em Salamanca (Espanha) e vi no chão, ao lado (ao lado mesmo) do lixo, uma porção de lixo... latinhas de refrigerante, garrafinhas de plástico, e outras coisitas não recicláveis que além de emporcalharem a rua, enchem o espaço de bichinhos (formigas, moscas); além do lixo, a uns vinte passos estavam uns latões de recicláveis, oras a Europa sofre com problemas ambientais (excassez de água, por exemplo) e seus cidadãos tem a coragem de sujar o chão, mas não a tem para dar dez (ou vinte) passos em direção ao local adequado para colocar o lixo (seja reciclável ou sujeira)...

Bem, como em qualquer cidade habitada or humanos, infelizmente, isso ocorre. Anteontem fui até Viana do Castelo (Portugal) e vi no chão (também bem próximo ao lixo) duas garrafas recicláveis, um de cerveja (vidro) e outra de água (plástico). Lembrei da tal frase acima, fui até meu carro e peguei um saco plático e enfiei as duas garrafinhas ali, vi que tinha um negócio nojento e com a mão protegida pelo saquinho tratei de jogar o negócio no lixo, após alguns minutos andando com o saquinho dentro do carro avistei um galão de recicláveis, estacionei e pluft! Ao invés de ficar xingando os outros, decidi fazer eu o trabalho (pouco, mas o planeta agradece), pois como dizia o Mestre: "Mais vale aceder uma vela do que amaldiçoar a escuridão"

Outra coisita: Naquela vila que já citei em um post abaixo, após a comemoração de São João, as ruas ficaram cheias de bosta, pois os cavalos e burros que percorreram toda a vila não tem noção que ali passam humanos e coisa e tal, no dia seguinte não havia nada nas ruas, cada morador limpava a sua calçada, vi vários senhores e senhoras varrendo a bosta e outras coisitas, como folhas e poeira... é... Se cada um varresse a própria calçada, a rua toda estaria limpa!

10.7.06

Coisas


Outro dia eu e fuinha estávamos em Montefor da Beira, uma vila bem pequenina de Portugal, segundo me disseram é um dos três lugares mais pobres do país, que seja! estávamos vendo uma festa tradicional, do dia de São João. Iam os cavaleiros até uma casa e a dona da casa, que era a "patrocinadora" da festa neste ano, entregava um estandarte de São João e ia o tropel de burros e cavalos seguindo o tal! Em meio as comemorações descobri que um primo havia participado da guerra de Angola, coisa que fuinha estuda, portanto, após a festa marcamos uma "entrevista" com este meu primo, e antes do jantar, do outro dia, lá foi fuinha perguntando como foi, o que ele viu, o que sentiu e outras coisitas... Eu ia e vinha, nao me interessava muito o assunto, e meu primo falando e fazendo onomatopéias: tabók, tábok (acho que era o som dos tiros em plena selva), contou sobre alguns atos (seus e de sua companhia) e também de alguns atos dos seus inimigos, "os pretos" - haviam "pretos", ou angolanos, que lutavam ao lado deles, pois eram portugueses, esses "pretos" eram os portugueses, os outros (os da resistência) eram os "pretos", mesmo que não fossem... Bem em certa hora eu ouvi meu primo dizendo algo como; "após os portugueses saírem de Angola, 'os pretos' tomaram posse das casas, mas eram 'selvagens', imagine" - disse meu primo - "havia nas fazendas: piscinas, plantações e outras coisas, mas para 'os pretos', aquilo era nada, eles tomaram as casas, levaram seus porcos para dentro das casas de banho (é assim que se chamam banheiros, aqui) e alojavam os animais ali. Os porcos dentro da banheira, as plantações às moscas, assim como as casas, as banheiras e tudo o que os portugueses 'deixaram' "... Bem... a minha narrativa ainda nao está completa, pois após alguns outros comentários desse tipo: "expulsaram os portugueses, que levaram progresso para lá, e continuaram a viver como selvagens..." Subimos e fomos jantar, e o meu primo disse ao meu outro primo: "estava a falar para a menina (a fuinha) como 'os pretos' são, tiraram os portugas de suas banheiras e colocaram porcos no lugar" ... o outro (meu primo) riu e disse: " mas 'os pretos' são assim! Não que eu seja racista, pelo contrário, sou amigo de muitos negros e tudo, mas eles são assim, não tem noção das coisas" - e enquanto falava, minha prima, esposa desse que lutou e irmã do outro que reclamava, colocou em cima de um móvel, um bonito doce de ovos. Moscas rondavam mesa, meu primo (o que reclamava dos "pretos") pegou o mata-moscas e continuou seu discurso - " os 'pretos' não tem noção, eles entram nos aviões carregando galinha a tira colo, fazem isso e aquilo" de repente: plaft - meu primo enfiou o mata-moscas em cima do doce, e de propósito, pois a mosca pousou na beirada da travessa e ele a olhou e: tuft, não acertou a mosca, que obviamente voou, mas a bela decoração do doce de ovos recebeu uma tatuagem de redinha, que era a forma do mata-moscas, ele, obviamente, viu o que fez e de mansinho guardou o tal mata-moscas, olhei pra fuinha que horrorizada com tal ato, quase começou a rir. Alguns instantes depois a minha prima colocou o doce "carimbado" em cima da mesa, e as pessoas começaram a servir-se... inclusive meu primo que sabia o que tinha feito, eu e fuinha também nos servimos, mas do lado oposto ao "carimbado"... a cena ficou digna de filme: Um fulano falando mal dos "pretos" desajeitados e não-civilizados, e ele; o civilizado, o 'culturado', enfia um negócio nojento no doce que vai comer e come! É... e a vida continua; desse modo civilizada...

9.7.06

arqueologia vs futebol


Ontem, sábado, na véspera do jogo (que Portugal perdeu para a Alemanha de 3x1, ficando em quarto lugar no mundial Fifa 2006 - vulgo Copa do mundo) eu e fuinha estávamos em Conimbriga (antiga cidade romana, em Portugal), mas meu primo que estava conosco queria ir logo pra sua casa, pois queria ver o jogo. Tínhamos passeado muito com o meu primo, saímos dois dias antes e visitamos praias e uma tia dele, onde dormimos e depois mais praias e visitamos uma prima minha, que era irmã dele, e no trajeto conhecemos um mosteiro, igrejas, visitamos o túmulo de Inês - sabe aquela expressão: "Agora é tarde, Inês é morta!" Pois é! estava morta mesmo (pelo mesmos eu espero que esteja...). Voltando ao assunto eu e fuinha percorremos as ruínas e o museu em 1h40, poderíamos e queríamos ficar mais, mas meu primo queria ver a final de seu país, e ele não pressionava, mas dizia: Pedras? Pedrinhas? Vocês querem ver pedras?? - Pensei em responder: Melhor do que ver bolas, mas ai eu estaria fazendo a mesma coisa, mas afinal deu tudo certo (como tudo na vida, pois tudo dá certo na vida - e se não for nessa, será na outra. Lembrem-se; temos a eternidade pela frente!) Já me perdi em minha narrativa; portanto vamos ao que interessa: Conimbriga é o maior sítio arqueológico de Portugal, parece que era uma cidade fenícia de uns 800 a.c., mas no decorrer da idade média, e também antes, na ascensão e declínio romano, foram sendo feitas construções, em cima das construções... bem é muito interessante, a não ser que você seja uma pessoa igual ao meu primo, que se interessa mais pela história recente (o atual mundial da Fifa) do que a história antiga (Augusto e outros cesáres), incrível tal coisa... meu primo é um sujeito bacana, quase 60 anos, pai de três filhos, acho que tem duas netas (pelo menos, foi as que eu conheci) é bem preocupado com o bem estar de todos aqueles que gosta, mas quando passamos por Batalha, Alcobaça e Conimbriga (três cidades com importantes e esplendorosos monumentos históricos) ele sempre dizia o mesmo: Já passei aqui, já vim nesta cidade inúmeras vezes, mas nunca tive o interesse de conhecer isto aqui, mas pronto, já que queres ir, vamos!
incrível, parece a mãe de um amigo... Fui à sua casa em Tupã (interior de São Paulo, mais de seis horas de estrada) e na esquina da outra quadra de onde morava havia um museu da cidade (o único) com peças indígenas e outras coisitas, era um museu pequenito, com um acervo também pequeno, mas bem elaborado e muito interessante, inclusive havia a casa do fundador da cidade, com objetos pessoais, uma visita que valeu muito a pena, e a mãe de meu amigo, após a visita disse: "ah! faz seis anos que moro aqui, e nunca vim neste museu..."

Sei lá! mas cada um com interesses diversos, não é...

site oficial de Conimbriga

Conimbriga no Wikipedia

Sobre Inês... a morta!

3.7.06

Uma HQ genial









Aqui (em Portugal) as HQs (Histórias em Quadrinhos) chamam-se BDs (Bandas Desenhadas), como no francês (Bande Desineé, algo assim)... Encontrei no Carrefour daqui um quadrinho francês (traduzido para o potuguês-lusitano), comprei e fiquei maravilhado... consegui apenas os volumes 1, 2 e 3... queria mais alguns, mas... até agora nada! Talvez deva gastar o dinheiro com outra coisa por aqui, mas sou apaixonado por quadrinhos... Bem a BD chama-se DonJon, a primeira tem o subtítulo: Coração de Pato; as história de DonJon (refere-se a Dungeon and Dragons - acredito!) é um Torreão (Torreão para quem não sabe é uma grande torre que fica acoplada a uma outra torre e\ou construção dentro de um forte ou castelo, ou simplsmente uma grande torre...) habitado por fantasmas, bárbaros e monstros dos mais variados tipos; na história o coração de um Pato chamado Hebert é arrancado e colocado em um aquário, pois o pato estava sendo contratado como um bárbaro para uma missão sanguinolenta, e seu coração era apenas uma garantia que ele cumpriria o contrato voltaria (mas há um engano e o pato não é nenhum bárbaro, fez se passar pelo tal para não ter problemas...) e ele sai de lá chateado, pois seu plano de não ter problemas não deu lá muito certo, pois estava sem coração partindo para uma missão que não era capaz de concluir, muito menos porque havia conseguido uma espada mágica, que só poderia ser desembainhada após efetuar três valentes atos com suas mãos nuas, e mais uma coisa! Enquanto estivesse com a espada mágica em seu cinto (que só sairá de sua cintura quando morrer) não poderá portar mais nenhuma arma, pois se o fizer será fulminado pelos poderes da espada... Sabendo disso ele pergunta á bainha de sua espada: "Quais são os três honrados feitos que devo fazer? Adotar um órfão? Salvar um reino? Coisas assim??? - e a resposta é: Não, tipo matar um monstro com uma só cotovelada" Pronto jogado ao desespero lá vai o pato sem coração em busca de aniiquilar o exército de embuçados (para quem não sabe, embuço é um capuz, portanto embuçado nada mais é do que encapuzados...) e quando parte para sua misão ele diz algo como: "Pronto! Quando eu tiver mais uma boa idéia será melhor eu logo me cortar todo aos pedaços de uma vez..."

É isso! Sei lá quem é que lê este blog... E sei lá se quem lê gosta de HQ... Mas vá lá! É uma dica e tanto...