19.5.06

Uma pequena fábula - Kafka


Ai de mim!, disse o rato, o mundo a cada dia fica mais estreito, anteriormente era tão imenso, mais imenso foi o medo que me fez correr, corri até que finalmente fiquei contente por ver aparecerem muros de ambos os lados do horizonte, mas estes altos muros correm tão rapidamente um ao encontro do outro que eis-me já no fim do percurso, vendo a armadilha ao fundo em que irei cair. Você deve apenas mudar a direção, disse o gato, devorando-o.

14.5.06



Por favor, parem de bater em mim com bigornas!
Willie Coyote

7.5.06

Daw Aung San Suu Ky


Estava pensando em duas mulheres admiráveis. Elas quase se encontraram (acho). Uma é brasileira: Maria Rita De Souza Brito Lopes Pontes, mas mundialmente e carinhosamente conhecida como Irmã Dulce. A outra é birmanesa. Seu nome? Seu nome é o título desta postagem.
Em 1991 as duas concorreram, sei lá com quantas mais, para o Nobel da paz. A birmanesa recebeu o Nobel, por sua campanha pela democracia e pela defesa dos direitos humanos em Mianmar (antiga Birmânia) e também diversos outros prêmios mundiais relacionados à paz. Essa nobelista vive reclusa em seu país. O regime bélico de seu país a faz permanecer em prisão domiciliar, condição em que se encontra há quase quinze anos – não achei muitos dados relevantes sobre sua obra, embora Eric Clapton, Sting, U2 e outros artistas terem gravado um álbum For The Lady: Dedicated To Freeing Aung San Suu Kyi and the Corageous People of Burma para arrecadar verba para a Campaign for Burma, entidade americana que trabalha pela democracia na Ásia meridional e tenta libertar a ativista e Nobel da Paz presa há 14 anos por lutar contra a ditadura de Myanmar, inclusive há uma música do U2: Walk on, que é em homenagem a ela.

Esta é uma estrofe da música e uma tosca tradução que fiz: “Walk on, walk on / What you got they can't steal it / No they can't even feel it / Walk on, walk on... / Stay safe tonight - Andando, Andando / Eles não podem roubar o que você conquistou / Nem mesmo sentir isso eles podem / Andando, Andando... / Permaneça em segurança hoje à noite”

Voltando ao assunto sobre o que eu consegui sobre Aung San Suu Kyi:
Ela liderou a luta por direitos humanos em seu país, onde o poder estava instalado desde 1962, o governo daquele país é acusado de violar os direitos humanos ao financiar a ação de milícias compostas principalmente por crianças, e de infligir trabalho escravo aos seus cidadãos. Num informe da ONG Human Rights Watch consta que das 300 mil crianças-soldados que atuam no mundo, 60 mil estão em Myanmar, ou seja um quinto. E no relatório Minorias étnicas: alvo da repressão, a Anistia Internacional denuncia a detenção de pessoas das etnias Wa, Shan e Lahu para trabalho forçado na construção de estradas, oleodutos e em grandes plantações. (algo parecido a isso está registrado no trabalho fotográfico de Iolanda Huzak, na minha outra postagem de nome: Viva o livro Nacional!). Mão-de-obra que também é utilizada nos empreendimentos dos sócios transnacionais do governo, entre os quais estão Unocal, Citibank, Philip Morris, ChevronTexaco, Daewoo, Subaru, General Motors, Nestlé, Nike e 3M.
A ativista lutou pelos direitos humanos em seu país e venceu as eleições de 1990 à frente da Liga Nacional pela Democracia, partido que fundou (acho eu, com disse anteriormente as informações que coletei não tinham muitos dados, não achei nenhuma biografia de tal nobelista, nem mesmo no site do Nobel), mas o governo ignorou o resultado, decretando sua prisão domiciliar. Desde então, muitos têm sido os esforços externos para mudar esta situação, e a coletânea beneficente é um exemplo. “A música tem possibilitado levar ajuda para várias partes do mundo”, afirmou Jeremy Woodrum da Campaign for Burma.
Termino este meu confuso relato sobre Aung San Suu Ky, com uma frase dela: "Mesmo sob a opressiva maquinaria estatal, a coragem ressurge sempre à superfície, pois o medo não é o estado natural do homem civilizado".

Já falei demais, abro outro post mais tarde para comentar sobre a Irmã Dulce (esta eu tenho um repertório maior, pois conheço mais a obra dela, mas pra não deixar buracos uma última informação: Irmã Dulce concorreu ao Nobel da Paz duas vezes, em 1990 perdeu para Gorbachev, pois ele terminou com a guerra fria, foi um dos responsáveis pela queda do muro de Berlim e o começo da unificação européia; e a segunda vez, em 1991 deixou o nobel com esta que vos apresentei)... Muita a paz a todos nós!

Grilante



"Vou arrancar suas antenas, comer macarrão com elas e depois vamos ver quem é que vai ficar grilado!"

Frase de Mushu, o dragãozinho do desenho: Mulan.

Eu (sem-luz) inconformado!


Quando criança não temos muito como nos defender de uma série de ‘desacertos’.
A sociedade nos trata como criança (não apenas literalmente), a nossa cultura vem com aquele papo de dez mandamentos: “respeitar pai e mãe” e ‘tal respeito’ prolonga-se ao rabino, padre, ou qualquer outro tipo de sacerdote, e também aos nossos ‘mestres’ e por aí vai... Mas o que me incomoda e faz com que escreva estas letras é que o nosso ensino é horrível, nossos professores são horríveis (desculpem-me todos os professores – que considero a profissão mais importante do mundo), pois é foda ser professor, mas o aluno não tem culpa disso! Vou prolongar demais e não chego no assunto que me fez escrever isto; como temos que ser disciplinados durante nossa vida escolar pra conseguirmos entender conceitos idiotas que professores nos fazem – vou dar dois exemplos:
Primeiro exemplo) Quando estava no primário tive aula sobre a escravidão, princesa Isabel e outras coisitas relacionadas, disseram-me, ou melhor ensinaram-me que os colonos trouxeram os negros porque os índios eram preguiçosos e blá-blá-blá... Como criança e sem defesa argumentativa fiz com todos os meus colegas, acreditei! Afinal era o mestre que nos ensinava, e levei essa “verdade” até o meu colegial, ou um pouco mais, sei lá! Mas um belo dia pensei: “Pôxa! Será que o índio era mesmo preguiçoso? Mas quem é que quer ser escravo? Nossa! O índio morava aqui, portanto deveria conhecer o local e caso tivesse sido pego como escravo conseguiria fugir e esconder-se, afinal era o terreno dele! Já o africano que foi retirado de sua pátria, perdendo sua identidade e cultura, estaria fragilizado e não conseguiria se opor (banzo maldito!), além do que era muito mais interessante trazer os escravos de fora, pois valeriam mais (capitalismo maldito!)...” e meu pensamento foi e por fim libertei-me da horrível idéia que índio era preguiçoso, que o colono era bonzinho, mas que estupidez! Será que a minha professora do primário era tão insana (ou tão racista) que acreditava na idéia que passou pra mim??
Segundo exemplo) Outra insatisfação em meu ensino foi em uma aula de matemática. A professora havia ensinado umas continhas de dividir com dois algarismos divisores, como 640 dividido por 32, eu dei logo a resposta: “20!” A professora achou maravilhoso um aluno resolver tão rápido o exercício e pediu pra eu ir até a lousa e mostrar para a classe como tinha resolvido a equação, fui (infelizmente) e mostrei o meu jeito, falei o que fiz; fui cortando os números de um lado e de outro, dividi tudo por dois: 740 por 32, era como 320 por 16 e depois 160 por 8, que deu 80 por 4 e em seguida ficou ainda mais fácil; 40 por 2 e finalmente 20 por 1, ou seja: 20! Ao invés de palmas recebi uma porrada de insultos, disse que não foi assim que ela tinha ensinado, que o meu jeito era preguiçoso (talvez como o índio, do exemplo anterior), que eu iria me confundir, que estava confundindo toda a sala e... mais um monte de blá-blá-blás! Eu pensei: “pôxa! Se não posso fazer assim, por que é que ensinam o MMC e o MDC e todas as outras baboseiras de dividir números primos e sei lá mais o quê?”
E por causa de uma professora ignorante que traz um método muito mais complicado para as crianças aprenderem a dividir e que se sente insultada com um aluno que faz de um outro modo, que previamente ela havia elogiado por causa da rapidez da resposta... Sério isso fez com que eu ficasse um tempo (de uns dois anos) sem fazer as contas de outro modo, pois tinha que respeitar o tal professor que deveria ensinar o aluno como ser flexível perante as situações da vida, mas ele mesmo não oferece exemplo.
Tudo bem! Vamos entender. Os professores ganham mal, trabalham pra caramba, tem que ficar corrigindo prova e trabalho. Sim, muitas vezes corrigem as provas e trabalhos de um batalhão de alunos, pois dão aulas pra diversas turmas e em mais de uma escola, mas não precisavam ser tão ignorantes (nos dois sentidos)!
Um apelo professor: não seja ignorante com seu aluno; ele confia em você, você deveria fazer o mesmo: Confiar em seu aluno..., engraçado esse termo errôneo: aluno, o A significa sem; e o LUNO significa luz; Aluno então é aquele sem luz, que se volta para o mestre possuidor de tal luz que esse ser almeja, mas muitas vezes o que esse sem luz recebe é apenas uma opinião insensata de um fulano tão sem luz como ele... Eu sei que fui muito agressivo, portanto perdoem-me todos os professores iluminados ;)