28.9.06

Dando opinião


Lembrando coisas da minha vida...Certa vez estava no Batuíra da Vila Brasilândia, um centro espírita em um bairro pobre de sp.Lá eu dava aula de teatro, computação, matemática, português e outras coisitas...De repente estava lá em algum canto à toa e me deparo com dois garotos conversando, eles tinham oito ou nove anos (no máximo) - a conversa foi mais ou menos assim:"- Cara! Se cê viu que o filho do fulano é viado?- Viado?-É! Credo! Se eu tivesse um filho viado eu matava...- Eu também, prefiro filho assassino do que viado..."E acho que o diálogo dos pequenitos prolongou para algum fim qualquer, mas eu pensei que tinha que fazer algo, falar com eles e "dar lição de moral eu não era afim e também não adiantaria nada, mas sei lá o que eu fiz e alguns momentos depois estava com minha turma na aula de teatro.Semana seguinte estava lá de novo e fui dar uma aulinha de português antes da minha de teatro, as aulas de português, matemática e computação todos tinham, depois os grupos separavam-se e iam para as aulas específicas com as turmas separadas, por exemplo eu ia com o pessoal de teatro onde era professor, mas eu recebia três turmas diferentes (e em uma delas estava o tal rapazote homofóbico ou homocida, sei lá... cada um com uma psicose diferente), dando voltas com minha prolixidade, quero lembrar que na época havia uma banda chamada Akundum, que tinha uma música que era sucesso; era uma tal Emaconhada - vou escrever um trecho pra quem quiser lembrar ou conhecer: "(...) A droga da vizinha Tá me dizendo Que tudo isso é obra da erva danada Tem pai que é cego que não se conforma com a parada Mais o diacho da menina tá virando emaconhada Kaya erva danada Que que eu faço seu dotor? Que que eu faço seu dotor? Essa menina tá cheirando erva danada - Isso não se cheira pai, isso fuma (...)"Bem... esse grupo tinha outra música que contava a história de um soldado gay expulso do exército, useital música na aula, tb não vou colocar a letra toda aqui, mas um pedacinho pra lembrar e/ou conhecer: "(...) Meu pai ficaria feliz Se eu matasse mil homens Numa guerra eu seria herói Soldado, cabo graduado General, que legal!Por amar apenas um Fui mandado embora Agora só eu sei Da vida que eu passei (...)".
Voltando ao assunto, que até eu já me perdi. Eu mostrei aos alunos a primeira música, que todos conheciam e dei a letra com a música dois para uma análise, inclusive levei até uma revista (a extinta Manchete) que tinha na capa um soldado expulso do exército, por ser gay.
Discuti com o grupo, que muitas músicas tratam de acontecimentos e blá blá blá, o final da história é que o tal menino homofóbico, ou sei lá o quê conversou com um outro menino, não o mesmo do primeiro diálogo, sobre o que eu falei, do absurdo uma pessoa ser considerada herói matando mil e demônio amando um! Sei lá se houve resultado, pois não acredito que um menino menor que dez anos tenha colocado sozinho tal idéia na cabeça, sabemos que o meio onde as pessoas coabitam influencia em muito nos hábitos de cada um, por isso quis dar essa aula, porque ali eu não era apenas mais um do meio, como professor voluntário, onde os alunos iam porque queriam, sem nenhuma pressão de nota ou leve leite, bolsa-salário, eu era um formador de opinião, que os alunos respeitavam e (melhor ainda) gostavam, o que fiz foi uma espécie de lavagem-cerebral, não sei se surtiu resultados (na hora eu sei que mexi com muitos, não só com o que estava evidente), mas o recado é esse, o que podemos fazer para deixar a marca de nosso pensamento nos lugares que frequentamos, em um outro post meu (acendendo velas ou amaldiçoando o escuro) falao algo sobre isso, talvez tenha até contado esta história, às vezes além de prolixo, também sou redundante, mas queria escrever sobre isto, e pronto!

A fuinha de orelha em pé!


Sei lá o que significa isso, acho que a fuinha irá falar sobre em um dos inúmeros blogs que possue... mas achei interessante a tal orelha em pé, então busquei coisas na www...

SIGA SEU PRÓPRIO CAMINHO PRA SER FELIZ DE VERDADE


Isto aqui eu encontrei em um site sobre Raul Seixas, é só clicar que vc chega no site, se não quiser é só ir lendo, se tb não quiser, faça o que quiseres e pronto!


"Quando eu ensinava inglês há uns dez anos, fui expulso do instituto pois um dia, em vez de aula, pedi em plena classe que cada aluno fizesse ali na sala o que bem quisesse fazer. Pra minha alegria vi setenta alunos deuses sendo cada um o que eles eram: uma jornalista com batom vermelho-escuro pintou todas as paredes com desenhos tão bonitos, ela gostava de pintar; um garotinho tira uma gaita do bolso e começa a tocar enquanto um outro , em pé , recita pregando o que é egoísta. Uma senhora tira a roupa e fica nua em pêlo em cima da carteira que eu me sento gritando que o clima da Bahia não comporta rouparias. Disse ela: 'Alguém espalhou um boato que o corpo humano, que a natureza fez igual pra todos , era pecado e ninguém podia ver'.Um outro aluno era um padre respeitado , cheio de pano todo abotuado, levantou-se e foi ao quadro escrever sua confissão: 'Eu , padre fulano, aqui confesso sem enganos que ninguém é pecador! De hoje em diante vou ser um mercenário procurando mundo afora o inventor-impostor que o pecado inventou'.Eram setenta alunos, velhos, moços e crianças numa aula de inglês. Eu sentado observando que também me traía a fazer o que não queria pois o que eu queria mesmo era compor e cantar o que sentia. Rock and Roll e Twist and Shout. Nisto dona Angelina , que era bancária, me deu uma surpresa retada quando fez o que gostava , que era fabricar granada para soltar em São João, me apareceu o diretor. Vendo a sala louca o diretor abriu a boca, pois não entendeu aquela aula, e nos deu a maior lição expulsando eu e todos o ex-alunos do inútil. Hoje o diretor ainda tá lá no instituto dirigindo e dirigido.O rapaz da gaita toca blues numa boate duma rua em New Orleans, enquanto a jornalista expões seus quadros surrealistas no Museu de Imagem e Tom. O padre achou num livro o autor do tal 'pecado' e agora escreve e é bem lido, o best-seller mais vendido. A sua tese explica que 'pecado' foi só um mal-entendido. Dona Angelina, ex-bancária da esquina, tá numa fábrica de minas do governo dos States e fabrica suas granadas hoje já atomizadas.Eu , que vocês sabem, tô cantando o que penso sem patrão, sem dono ou rei vou fazendo o que eu quero porque tudo é da minha lei. Sou o que canto e minha voz não fica rouca. Já fui a mosca na sopa, metarmofose ambulante, trasformo em ouro de tolo em ouro puro em um instante e Al Capone é meu ajudante. No meu signo de câncer eu tenho a cor do luar , sou também a luz das estrelas, óculos escuros guardam meus olhos seguros que os ladrões querem roubar pensando tolamente que olhando com meus olhos vão ver o mesmo que eu.A moral da história é que não é uma história, nem sequer tem moral, pois o novo e sempre velho pra quem vê com olho de velho , que o velho olha sem saber a explicação."

25.9.06

Multiplicando idéias!


"(...) aquele que acende sua vela na minha, recebe minha luz, e não me deixa no escuro (...)"

Esta frase é de Thomas Jefferson, um dos primeiros presidentes dos EUA.
Eu achei muito bela, pois uma das coisas que não podemos negar aos outros é o que sabemos, este é o que acho o mais interessante de nossa evolução, o DAR; quando damos aos outros o que sabemos não ficamos sem esse conhecimento, ao contrário ele se multiplica, e vai se transformando e talvez vbolte até você, após ter passado por inúmeras pessoas, e que legal! vem de um modo diferente, às vezes melhor, às vezes pior, às vezes tão diferente que nem você sabe que aquilo partiu de ti, e com isso o mundo cresce e as idéias espalham-se...
Qual é a idéia que você está espalhando?
Às vezes essa idéia que você guardou é ruim para você mesmo, imagine um conceito que você cria e não repassa para ninguém, você morre, fica cem anos no além (e aprende diversas coisas lá, inclusive uma melhoria daquela sua idéia, que não passou a ninguém).
Você volta e quer colocar em prática àquela sua idéia (a melhorada), mas tem que começar da outra, pois aquilo é inédito, não há referência daquilo, ninguém aperfeiçoou, aliás ninguém conheceu... você poderia ter ganho cem anos, sua idéia poderia já ter sido multiplicada, mas...

11.9.06

O Haiti não é aqui!!


Cada coisa que a gente lembra, em cada situação esquisita... É o seguinte, lembrei sei lá porque da música o Haiti é aqui, não é aqui, da Elza Soares (sei lá qual é o nome dessa música) e lembrei de um outro fato que aconteceu comigo e um amigo.
Esse amigo - Alexandre (capeta) - acho importante escrever que é o capeta, pois tenho um outro amigo Alexandre que chamo de Mestre, Mestre e Capeta, dois substantivos-adjetivos bem característicos, mas deixando toda a minha prolixidade por ai e voltando ao assunto.
Como dizia, esse amigo, eu e outra amiga, a Rose. Estávamos na biblioteca da USP e ele quis pegar uma porção de livros sobre magia negra, vodu, e outros afins, tinha até uma monografia sobre por que os livros de São Cipriano causam tanta curiosidade, ou algo assim. Sei que ele saiu repleto de "livros-negros e/ou obscuros".
Nota. Todos esses livros ele pegou no nome da Rose, pois nem eu nem ele estudamos na USP, portanto não temos o direito de retirar livros dali, mas a Rose pode retirar até 10 volumes de cada vez e o nosso amigo deliciou-se...
Mas o que é que o Haiti tem com tudo isso?
Calma ó impaciente leitor, eu chego lá...
Bem, os livros sobre vodu, tem a ver com magia haitiana... tá e daí?
Daí que eu dei carona até a casa do fulano-capeta e conversávamos sobre os tais livros e assuntos correlatos, paramos na frente do prédio desse meu amigo e continuamos com nossa conversa, carro desligado, som desligado, luzes desligadas e... nossos sentidos parapsíquicos ligados, de repente eu e ele calamos a boca. Havia conosco, alguém, no carro!
Olhei pelo espelhinho e nada. Virei-me e avistei uma negra de olhos arregalados e cabelos ainda mais arregalados. Eu me arregalei mais ainda e puft! nada mais vi. Apenas o assento vazio, mas a cara da fulana (talvez uma feiticeira haitiana) estava em minha mente, o tal capeta (meu amigo) disse que sentiu algo, não viu, mas ainda sentia a presença da tal feiticeira ou sei lá o que era; pensamos que talvez tivessemos carregado a energia da tal no meio daqueles livros, de repente o capeta viu a madame no mesmo lugar que eu, eu não vi mais nada, mas pra ele, assim como pra mim, ela mostrou-se apenas por instantes, ou nosso medo bloqueou qualquer outro contato...
Mas ficamos um pouco mais ali, nos acalmamos e cada um pro seu lado, ele saiu com todos os seus livros e eu tentei ligar o carro, e gira a chave, tenta dar a partida e nada, ele chamou o porteiro e mais um cara, sei lá de onde e os três empurraram o carro, após uma corridinha o motor pegou, parei e continuei a acelerar, ele (o capeta) veio até minha janela e começamos um pequeno diálogo, não lembro literalmente o que foi, mas era algo mais ou menos assim:
- É cara! A fulana levou a energia do seu carro...
- Antes a energia do carro que a minha; vai ver é o pagamento dela...
- É, se for ela fica por aqui...
- Senão ela vai contigo pra sua casa, você que tá carregando as palavras que ela usa...
- Ou ea vai contigo, você que me serviu de cavalo até aqui...

E foi assim, eu prum lado (com o carro funcionando) e ele pro outro carregando inúmeras palavras tecidas por fulanos e fulanas...