17.2.08

valor das coisas

Outro dia eu li uma matéria na Veja, um promotor que matou um motoboy que tentou assaltar e o ameaçou (fingiu que estava armado, colocando a mão na cintura). O motoboy levou onze tiros e foi encontrado sem arma e com sete relógios. Foi confirmado, o motoboy era mesmo um ladrão e embora desarmado assustava "as vítimas" com a mão na cintura, na minha opinião esse caso pode ser considerado legítima defesa, pois o promotor assustou-se com a mão na cintura... mas o que me incomoda é que "a vítima" optou por encher o assaltante de tiros do que entregar o relógio, se o tal motoboy estivesse realmente armado o que aconteceria? Será que ele conseguiria atirar antes? Outra dúvida, geralmente uma pistola tem doze balas (treze se uma estiver na agulha) se o fulano disparou até acabar as balas o que aconteceu com a(s) bala(s) perdida(s)? Se ele tivesse perdido o relógio ficaria coim um pouco de raiva e logo esqueceria (acho), mas ele se defendeu e matou o fulano... será que ele vai conseguir esquecer tão cedo o que ocorreu - talvez não durma mais, talvz precise de terapia, ou sei lá, tem maluco de todo o tipo, talvez vá até a próxima loja, abasteça sua pistola e esteja pronto para outra, tranqüilo... isso me lembra uma passagem de Buda, quando viu dois exércitos brigando e perguntou qual era o motivo da guerra. A resposta: ambos os exércitos queriam a posse de uma fonte, prcisavam de água. Na tal lenda Buda conseguiu a paz dos exércitos conversando com os comandantes e disse-lhes: Por que lutam por algo, desperdiçando o que é mais valioso. O líquido que corre em tal fonte é menos precioso que o líquido que corre na veia de seus soldados e está transbordando no campo de batalha... Diz a lenda que após tal elucidação os exércitos reconciliaram-se e dividiram a água... sei lá o que é mais valioso: um relógio no pulso, ou a tranqüilidade de andar sem culpa...