7.5.06

Daw Aung San Suu Ky


Estava pensando em duas mulheres admiráveis. Elas quase se encontraram (acho). Uma é brasileira: Maria Rita De Souza Brito Lopes Pontes, mas mundialmente e carinhosamente conhecida como Irmã Dulce. A outra é birmanesa. Seu nome? Seu nome é o título desta postagem.
Em 1991 as duas concorreram, sei lá com quantas mais, para o Nobel da paz. A birmanesa recebeu o Nobel, por sua campanha pela democracia e pela defesa dos direitos humanos em Mianmar (antiga Birmânia) e também diversos outros prêmios mundiais relacionados à paz. Essa nobelista vive reclusa em seu país. O regime bélico de seu país a faz permanecer em prisão domiciliar, condição em que se encontra há quase quinze anos – não achei muitos dados relevantes sobre sua obra, embora Eric Clapton, Sting, U2 e outros artistas terem gravado um álbum For The Lady: Dedicated To Freeing Aung San Suu Kyi and the Corageous People of Burma para arrecadar verba para a Campaign for Burma, entidade americana que trabalha pela democracia na Ásia meridional e tenta libertar a ativista e Nobel da Paz presa há 14 anos por lutar contra a ditadura de Myanmar, inclusive há uma música do U2: Walk on, que é em homenagem a ela.

Esta é uma estrofe da música e uma tosca tradução que fiz: “Walk on, walk on / What you got they can't steal it / No they can't even feel it / Walk on, walk on... / Stay safe tonight - Andando, Andando / Eles não podem roubar o que você conquistou / Nem mesmo sentir isso eles podem / Andando, Andando... / Permaneça em segurança hoje à noite”

Voltando ao assunto sobre o que eu consegui sobre Aung San Suu Kyi:
Ela liderou a luta por direitos humanos em seu país, onde o poder estava instalado desde 1962, o governo daquele país é acusado de violar os direitos humanos ao financiar a ação de milícias compostas principalmente por crianças, e de infligir trabalho escravo aos seus cidadãos. Num informe da ONG Human Rights Watch consta que das 300 mil crianças-soldados que atuam no mundo, 60 mil estão em Myanmar, ou seja um quinto. E no relatório Minorias étnicas: alvo da repressão, a Anistia Internacional denuncia a detenção de pessoas das etnias Wa, Shan e Lahu para trabalho forçado na construção de estradas, oleodutos e em grandes plantações. (algo parecido a isso está registrado no trabalho fotográfico de Iolanda Huzak, na minha outra postagem de nome: Viva o livro Nacional!). Mão-de-obra que também é utilizada nos empreendimentos dos sócios transnacionais do governo, entre os quais estão Unocal, Citibank, Philip Morris, ChevronTexaco, Daewoo, Subaru, General Motors, Nestlé, Nike e 3M.
A ativista lutou pelos direitos humanos em seu país e venceu as eleições de 1990 à frente da Liga Nacional pela Democracia, partido que fundou (acho eu, com disse anteriormente as informações que coletei não tinham muitos dados, não achei nenhuma biografia de tal nobelista, nem mesmo no site do Nobel), mas o governo ignorou o resultado, decretando sua prisão domiciliar. Desde então, muitos têm sido os esforços externos para mudar esta situação, e a coletânea beneficente é um exemplo. “A música tem possibilitado levar ajuda para várias partes do mundo”, afirmou Jeremy Woodrum da Campaign for Burma.
Termino este meu confuso relato sobre Aung San Suu Ky, com uma frase dela: "Mesmo sob a opressiva maquinaria estatal, a coragem ressurge sempre à superfície, pois o medo não é o estado natural do homem civilizado".

Já falei demais, abro outro post mais tarde para comentar sobre a Irmã Dulce (esta eu tenho um repertório maior, pois conheço mais a obra dela, mas pra não deixar buracos uma última informação: Irmã Dulce concorreu ao Nobel da Paz duas vezes, em 1990 perdeu para Gorbachev, pois ele terminou com a guerra fria, foi um dos responsáveis pela queda do muro de Berlim e o começo da unificação européia; e a segunda vez, em 1991 deixou o nobel com esta que vos apresentei)... Muita a paz a todos nós!